Fui Presidente do SINDIMÓVEIS-DF, por
nove anos (2009-2018), passando o cargo para outro profissional por seis anos (2019-2024)
para assumir a Presidência do glorioso Conselho Regional da 8ª Região no
período de 01 de janeiro de 2019 até 31 de dezembro de 2024.
Diante de tantas indagações e
questionamentos sobre o que está ocorrendo no CRECI-DF em 2025, sinto-me na
obrigação de fazer uma síntese do que aconteceu e do que está acontecendo.
Em 2018, fui eleito para presidir o CRECI-DF.
Desde o início, deixei claro que ficaria apenas dois mandatos. Encontrei um
Conselho sucateado, servidores desmotivados, totalmente inoperantes – um
verdadeiro caos. Trabalhando cerca de 12 horas diárias, conseguimos, em pouco
tempo, colocar a casa em ordem. Implementamos sistemas informatizados, elevamos
a moral dos servidores e tornamos o caixa superavitário.
Em 2021, fui reeleito para um novo
mandato até 31 de dezembro de 2024. No dia 2 de abril de 2021, atendendo a convites,
licenciei-me, por seis meses, para um cargo eletivo partidário; concorri ao
cargo de deputado distrital. Durante esse período, a Diretoria que eu havia
indicado, aproveitando-se dos mais de R$ 6 milhões em caixa acumulados nos anos
anteriores, começou a agir de forma oportunista e usurpou as competências do
Presidente em exercício.
Passaram a cobrar taxas em duplicidade dos
novos Corretores, articularam planos para
trair o Presidente, lançaram acusações infundadas e levianas, formaram
uma chapa e gastaram recursos públicos para campanhas de autopromoção em
revistas e criação de canal de na TV com
o nome de determinados diretor.
Em junho 2024, a Justiça Federal, em
uma decisão equivocada, determinou a repetição das eleições de 2021 no CRECI do
Distrito Federal. No mesmo mês por coincidência todos os outros estados
brasileiros, realizaram eleições para o triênio em curso (2025-2028). Como já estava no final do mandato e em
desacordo com a situação que se formou, renunciei ao direito de participar.
A chapa que concorreu com a chapa da
situação (meu antigo grupo), acabou por se sagrar vitoriosa no pleito de
2021(realizado em junho 2024-repito para ficar mais didático). Como era de se
esperar, o COFECI (Conselho Federal) deveria ter nomeado um interventor em
agosto de 2024, o que não ocorreu. Assim, o CRECI-DF passou a ser dirigido por
uma Diretoria perdedora, tornando a gestão ilegal até o final de 2024.
Após este imbróglio, o COFECI nomeou,
a partir de 2 de janeiro de 2025, uma Junta Governativa – e não uma interventora,
que está funcionando precariamente, com três dos principais cargos sendo
exercidos por corretores de imóveis de outros estados. Aqueles que desmantelaram
a organização, conquistada com muito esforço, continuam agindo como se nada
tivesse acontecido, gerando constantes reclamações.
Respondendo às perguntas: sim, a
Junta é composta por pessoas de fora de Brasília, que desconhecem o mercado
imobiliário da capital e seus costumes locais.
De acordo com uma vasta literatura
pertinente, a intervenção é uma medida adotada para intervir em uma situação
problemática, visando promover mudanças, corrigir conflitos ou melhorar
determinado cenário. No entanto, esse não é o caso do CRECI-DF. A convocação
dessa Junta ocorreu simplesmente porque o COFECI ainda não organizou novas
eleições, mesmo já tendo quatro chapas formadas desde 2024, inclusive uma da
Diretoria anterior, ávida pelo poder.
Uma Junta Governativa é um órgão
temporário formado por um grupo de pessoas, geralmente políticos ou
especialistas em determinada área, que assumem o controle de um governo ou
instituição em situações de crise ou transição. Ela se aplica quando os
mandatos vencem e as eleições não ocorrem dentro dos prazos estatutários. Mas
até quando essa Junta permanecerá? Ela deveria ter um prazo determinado,
conforme previsto na legislação, questionam os Corretores de Imóveis de
Brasília.
A intervenção só pode ocorrer nos
casos e limites estabelecidos pela Constituição Federal: quando houver
cooperação contra o Poder Judiciário para garantir seu livre exercício; quando
houver desobediência a ordem ou decisão judicial; ou quando houver
representação do Procurador-Geral da República. Como se pode observar, a
nomenclatura “intervenção”, está sendo utilizada de forma equivocada e não
condiz com a realidade.
Em resumo, a intervenção é uma medida
para solucionar um problema específico e promover melhorias, o que não se
aplica ao Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Distrito Federal.
Quando alguém se propõe a presidir
uma autarquia, é essencial ter expertise em governança, administração e
gestão pública. É preciso demonstrar, de imediato, a que veio. Deixar uma
entidade federal nas mãos de colaboradores e funcionários, muitos com desvios
de conduta já comprovados, é um desrespeito à instituição.
“O coração em paz dá vida ao corpo,
mas a inveja apodrece os ossos.” (Provérbios 14:30)
Além disso, retiraram da galeria de
ex-presidentes, na entrada da autarquia, fotografias que são patrimônio da
instituição, inclusive do ex-presidente que esteve no cargo de 2019 a 2024.
Mandaram confeccionar novas imagens com artistas renomados, mas colocaram fotos
pequenas e em preto e branco no hall de entrada para o plenário, junto à copa e
aos banheiros. Isso gerou questionamentos de um grupo de Corretores que esteve
presente na solenidade de juramento (entrega de carteiras profissionais aos
novos corretores) em 13 de março de 2025, data em que escrevo este texto.
A inveja é perigosa porque pode
causar sofrimento, destruir relacionamentos e prejudicar a saúde. Quando a
ambição ultrapassa um nível saudável, a ganância se manifesta, criando um
ambiente tóxico onde a arrogância e o egocentrismo prevalecem sobre a colaboração
e o respeito mútuo. A ausência de limites éticos e morais pode gerar
consequências significativas.
Geraldo Francisco do Nascimento,
presidente do SINDIMÓVEIS-DF (2025-2027).
Sindimóveis-DF a voz do Corretor de
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